Ceará inclui trabalho e pesquisa no currículo do ensino médio

 
 

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Educadores discutindo proposta de reorganização curricular, Karla Kilvia, Coordenadora do IA para o
Núcleo de Trabalho e Pesquisa, Eveline Correa e Jane Castro, Consultora da Unesco para Educação de Ensino Médio.

Alunos do ensino médio de 12 escolas do Ceará tiveram, em 2012, um aumento na carga horária para incluir aulas obrigatórias de metodologia de pesquisa e preparação para o mundo do trabalho, ao longo dos três anos de ensino médio. O programa, ainda piloto, chama-se Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais e foi criado pelo Instituto Aliança em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Ceará, como parte do processo de transferência da tecnologia do Com.Domínio Digital para a rede pública de ensino médio do Estado, tendo como matriz referencial os "Protótipos Curriculares para o Ensino Médio" produzido pela Unesco com o apoio do Ministério da Educação.

A nova disciplina oferece aos jovens a oportunidade de ter um primeiro contato com a elaboração de projetos, questionários, trabalho de campo e análise das descobertas. Além de aproximar esses estudantes do universo da investigação científica, a proposta é que o programa ajude os jovens a fortalecer sua identidade e, a prepararem-se para o mundo do trabalho, sendo também uma estratégia de combate à evasão escolar.

 
Educadores discutindo a reorganização curricular.    

Há um mês, os cerca de 3.200 alunos do primeiro ano do ensino médio das 12 escolas selecionadas, todas da rede estadual, ganharam quatro horas a mais na grade semanal. Nessas aulas, os professores capacitados trabalham as diferentes metodologias de pesquisa de forma articulada com os conteúdos das demais disciplinas, estimulando os jovens a buscar pistas, caminhos e soluções para se informar sobre os temas propostos.

A proposta é que esse currículo se estenda ao longo dos três anos do ensino médio. Nesse primeiro ano, entre os objetos de investigação estão a história do seu território e da sua própria família. “É preciso primeiro se descobrir. Por isso, trabalhamos com os estudantes a identidade e a autoimagem, para que eles possam se perceber como leitores e pesquisadores. E também para que sejam mais interessados e se integrem à comunidade a partir da pesquisa”, afirma Eveline Correa, Coordenadora Pedagógica regional e principal articuladora dessa piloto pelo Instituto Aliança.

Segundo os dados do Censo Escolar 2011, divulgados na semana passada, o estado do Ceará tem um índice de evasão escolar de aproximadamente 11,5%, valor superior à média nacional, que é de 9,6%. De acordo com os especialistas, descobrir-se, conhecer a origem da sua família e de seu sobrenome, o bairro em que nasceu, onde vive e como esse ambiente influencia em suas características pessoais também ajudam o jovem a permanecer na escola. Quanto mais interessados pelo mundo ao seu redor, melhor a relação dos estudantes com o aprendizado e com a escola.

Cada uma das escolas piloto ganhou um núcleo de pesquisa onde professores capacitados da própria rede relacionam os conteúdos trabalhados em outras disciplinas ao processo de investigação. A partir da pauta saúde na escola, por exemplo, os educadores correlacionam o exercício aos estudos de história e ciências.  “Estamos terminando o segundo mês de aula com resultados positivos, conseguindo usar com sucesso essa metodologia de integração, levando as reflexões em sala de aula para a prática, fazendo com que os alunos associem os conteúdos ao dia a dia deles”, afirma a Coordenadora.

A ideia é que, no final do ano, o modelo seja apresentado a todas as escolas regulares de ensino médio do estado. Além disso, técnicos serão formados para acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa nesta primeira fase. A partir do ano que vem, a proposta é iniciar o projeto também com as turmas do segundo ano. Em 2014, a previsão é que o programa contemple todos os anos do ensino médio, sendo o terceiro ano específico para preparar o jovem para o mundo do trabalho.

Dando continuidade à implementação dessa nova experiência, nos dias 19 e 20 de junho a Coordenadoria de Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem da SEDUC promoveu um seminário para discutir essa proposta de reorganização curricular do ensino médio, com a participação da UNESCO, Instituto Aliança e Instituto Unibanco, gestores e educadores. Neste encontro, Marilza Regattieri, oficial de Projetos do Setor de Educação da Representação da Unesco no Brasil fez uma apresentação da proposta dos Protótipos Curriculares para o Ensino Médio e mostrou-se emocionada ao visitar a experiência de reorganização curricular piloto do Ceará com base na abordagem dos “Protótipos” desenhada pela UNESCO.

 “No seminário a ideia foi refletir sobre o contexto de Reorganização Curricular no estado do Ceará e buscar estruturar a integração entre este processo e as diversas propostas existentes na rede: Protótipos da UNESCO, Com.Domínio Digital, E-Jovem e o Projeto Jovem de Futuro do Instituto Unibanco”, afirma Rogers Mendes, Coordenador de Aperfeiçoamento Pedagógico da Secretaria de Educação do estado.

Jovens do primeiro ano de ensino médio participantes do projeto piloto "Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais".    
 
 
 
 

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