Nos últimos dias 16 e 18 de maio, o Projeto #RefazendoSonhos realizou uma série de atividades voltadas ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, no município de Simões Filho. No dia 16, foi realizada uma audiência pública, na Câmara de Vereadores, para discutir a Lei 13.431, que entrou em vigor em abril de 2018 e trata do lugar da escuta de vítimas de violações. Já o dia 18 foi marcado por um evento promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Social e da Cidadania (SEDESC), que contou com apresentações artísticas e falas sobre o tema, realizado no próprio espaço da SEDESC.
Mesa da audiência com secretário de Educação do município, primeira-dama, juíza, profissionais da rede de proteção e integrantes do IA. |
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Ilma Oliveira e Sandra Santos durante fala institucional na audiência pública. |
A equipe do Instituto Aliança, representada por Ilma Oliveira, Sandra Santos, Márcio Lupi, pelas educadoras Joseneida Eloy e Taís Tavares e por Gabriela Ferreira, do apoio administrativo, esteve presente na audiência, que foi presidida pela vereadora e primeira-dama Kátia Oliveira. Participaram também a promotora da infância, Simone Ferreira, a juíza Ana Duarte e o secretário de Educação, Manoelito Damasceno. “Este momento é um marco no município. Há anos não ocorria uma seção solene para pautar este importante tema. Convivemos diariamente com diversos casos de violações nos projetos e percebemos o quanto estes mesmos casos ganham dimensões tão prejudiciais exatamente pela ausência da compreensão do lugar da escuta. Crianças e adolescentes que passam por violações precisam de escutas reestruturantes, significativas, propositivas e, especialmente, humanizadas”, detalhou Ilma, que também teve um momento de fala na programação.
Sandra Santos fala sobre a Lei 13.431. |
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Ilma Oliveira ao lado da coordenadora do CREAS, da secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania do município e da primeira-dama. |
Presente na audiência, a adolescente Lorrana Barbosa comentou sobre sua experiência com o grupo do #RefazendoSonhos: “Foi muito importante estar aqui, falar deste tema. Foi também uma forma de fortalecer o meu desenvolvimento pessoal. Estar ao lado de meus amigos do grupo e ver a união da nossa equipe na participação deste evento não tem preço”.
Na sequência das atividades, no dia 18 de maio, Simões Filho se juntou às mobilizações nacionais voltadas para o enfrentamento do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes. O evento realizado pelo município contou com a estreia do grupo de teatro #RefazendoSonhos em Movimento, composto por adolescentes egressos do projeto #RefazendoSonhos. O público pôde conferir algumas esquetes da peça “Até quando”, que o grupo está preparando. George Vladimir, diretor do espetáculo, falou dos objetivos do trabalho: “Estamos aqui com uma grande responsabilidade, pois vamos redesenhar cenas de violações com o objetivo de dar visibilidade a este desafiador problema da nossa sociedade. A arte tem essa capacidade de indignar, de provocar. Se cada pessoa que sair daqui hoje levar um pouco dessa indignação, desse desejo de se implicar no processo e de gerar soluções, já ficaremos satisfeitos”.
Mailane Oliveira, egressa do #RefazendoSonhos, ressalta a importância do espaço de expressão para os adolescentes. |
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Verônica Silva, egressa do #RefazendoSonhos, hoje atriz em formação do núcleo de teatro do #RefazendoSonhos em Movimento. |
A programação seguiu com falas e apresentações de outros grupos presentes, repleta de poesia, musicalidade, celebração e denúncias. O público, formado por gerações variadas, ficou atento a todo processo e emocionou-se a cada encenação artística. Para o coordenador local do Projeto, Marcio Lupi, foi uma boa ocasião para refletir com a comunidade sobre a responsabilidade que temos diante das violações. “Estou muito feliz por tudo o que vi aqui. Primeiramente, pelo amadurecimento dos adolescentes do Projeto, pela forma inteligente que eles passaram suas mensagens. Depois, por constatar um público tão diverso, de crianças a idosos, reunidos pela mesma causa. Falar de violência sexual é muito delicado, desafiador, mas precisamos quebrar este tabu e exercitar o senso de responsabilidade. Somos nós, adultos e adultas, os principais responsáveis pela proteção destes garotos e garotas do município”, concluiu Lupi.
Maria França, egressa do #RefazendoSonhos, hoje atriz em formação do núcleo de teatro do #RefazendoSonhos em Movimento. |
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George Vladimir, diretor de teatro que acompanhou a peça "Até quando". |
18 de maio - Neste dia, em 1973, uma menina de 08 anos, de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado, e os seus agressores nunca foram punidos. Com a repercussão do caso, e forte mobilização do movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Adolescentes na peça Até quando. |
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Ilma Oliveira compondo a mesa de abertura do dia 18 de maio. |
Adolescentes do núcleo de teatro do #RefazendoSonhos em Movimento. |
Adolescentes do núcleo de teatro do #RefazendoSonhos no encerramento da peça. |