Programa Empoderando Refugiadas certifica turmas em Salvador (BA) e Porto Alegre (RS) e inicia atividades em Boa Vista (RR)

 
 
 

Michele Bispo recebendo seu certificado. Onisbel Carvajal na apresentação cultural, durante a certificação da turma de POA. Aluna durante atividade pedagógica. Produção da turma de Roraima durante a aula de Habilidades Específicas em Moda.


“Somos irmãos porque o mundo é o nosso berço.” Esta nova percepção de irmandade, expressada pela aluna Onisbel Ramirez, venezuelana, reflete com precisão a sintonia que acompanhou as ações do Programa Empoderando Refugiadas durante todo o segundo semestre de 2019. Entre agosto e outubro, duas turmas foram certificadas em Salvador e em Porto Alegre. As cerimônias de certificação aconteceram nos dias 4 de setembro e 18 de outubro, respectivamente. Em Boa Vista (RR), no dia 11 de outubro, foi iniciada a primeira turma do Programa, que vai contemplar 25 mulheres, em sua maioria venezuelanas.

O itinerário formativo do Programa passeou por temas que colaboraram para as reflexões acerca das competências socioemocionais (a exemplo de Projeto de Vida, Autoestima, Autocuidado, Higiene Pessoal, Resiliência) do mundo corporativo com foco nas tendências ligadas ao cenário da moda (a exemplo de História da Moda, Cultura Brasileira e Baiana, Noções sobre o Mundo da Moda).

As cerimônias de certificação reuniram amigos e familiares das refugiadas, equipe técnica e parceiros locais do Programa e foram marcadas por muita emoção. Todos os presentes se fortaleceram na ideia dos direitos, das oportunidades e da gratidão. “Continuo muito grata ao Instituto Aliança pela possibilidade de exercer profissionalmente meu propósito pessoal, que é servir para o desenvolvimento, pela equipe de trabalho mais competente, ética e divertida com quem eu já trabalhei e pela beleza arquitetônica da metodologia, que agrega técnica à emoção para gerar autoconhecimento e aprimoramentos de competências e habilidades sociais. Agradeço muito por vivenciar na prática a noção antropológica de que a diversidade traz evolução. Os refugiados são fortes e especiais”, afirmou Luciana Borges, educadora de Resiliência Emocional e Projeto de Vida - REPVIDA da turma de Salvador
. Do grupo de 16 participantes de Salvador, 14 foram certificados. Destes, 4 já estão trabalhando.

O grupo é selecionado a partir da convocação feita em parceiros locais que atuam diretamente com refugiados: grupos religiosos, UNIFACS e demais parceiros. O Programa realiza a formação nas áreas de Resiliência Emocional e Projeto de Vida – REPVIDA  e de Habilidades Específicas em Moda – HEM, com duração de 120 horas e, durante a formação e após, as participantes são encaminhadas para processos seletivos em empresas que se sensibilizam e abrem vagas nos seus processos seletivos.

 
Ilma Oliveira falando para os/as certificandos/as, em Salvador.  

As mestres de cerimônia Michele Bispo e Yeni Campos na condução do evento.

 
Marina de Luca, educadora de Habilidades Específicas em Moda, ao lado da professora Rafaela Silva, parceira local - UNIFACS.  

Professora Rafaela durante a fala institucional.


Em Porto Alegre, a educadora Aline Ferraz fez coro ao contentamento da colega e reforçou o quanto a experiência extrapolou suas expectativas e proporcionou ensinamentos sobre afeto, força, superação, humanidade e resiliência: “Acredito que o trabalho aqui em Porto Alegre foi um reflexo da maneira como fomos recebidos lá em Salvador, da maneira pela qual mergulhamos na metodologia, durante três dias de imersão. Sinto-me grata por poder carregar comigo esta experiência, sobretudo diante de um cenário de incertezas e desesperanças. Foi como um fôlego a mais para seguir na jornada da vida”.

A turma de Porto Alegre teve um desenho mais específico, focado na transferência da tecnologia para as Aldeias SOS Brasil – ação que contou com uma capacitação prévia em Salvador, em regime de imersão, com a equipe de educadores. A ideia foi repassar a proposta metodológica que foi criada pelo IA para o Empoderando Refugiadas, no início da parceria com o Instituto lojas Renner, em 2018. “Nosso intuito com esta transferência está muito focado na sustentabilidade da proposta e na garantia dos resultados e direitos pensados para o público atendido nas turmas: mulheres refugiadas em busca de emprego no Brasil. Para que isto ocorra, faz-se necessário que a gente pense em ações de efeitos sistêmicos, levando em consideração a pactuação consensual entre os sujeitos-chave na parceria”, explicou Marcio Lupi, coordenador pedagógico que acompanhou as turmas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Bahia e, agora, Roraima.

A coordenadora local da turma de Porto Alegre, Akueline Padilha, trouxe em sua fala a dimensão exata da experiência profissional que fez no Empoderando Refugiadas. “Fazer parte do Empoderando Refugiadas foi uma das experiências profissionais mais gratificantes que eu já vivenciei, sem dúvida. Fez-me fazer movimentos mentais para além da teoria ou prática que eu já conhecia. Ter contribuído com a jornada da turma e com o processo de ressignificação de histórias só me fez ter a certeza de que deu certo e de que é possível fazermos a diferença. Nós somos afetados e afetamos o meio em que estamos. Eu acredito nisto, em novas oportunidades, em novos momentos”, concluiu Padilha.



 

Alice Silva recebendo seu certificado pelas mãos de Mariah Oliveira, em Salvador.

 

Marcio Lupi entregando o certificado de Arismar Sánchez.

 

Alice Silva e Emily Marinho na apresentação cultural que encerrou a certificação da turma de Salvador.

 

Alegria perceptível no anúncio da entrega dos certificados.

Foto oficial do grupo soteropolitano.

Para a venezuelana Arismar Urbaneja, uma das alunas certificadas em Salvador, o Programa foi fundamental para fazê-la acreditar em si mesma: “Cheguei ao curso com muita vontade de trabalhar, mas sem levar em conta a importância das competências socioemocionais. Contudo, todo o processo foi incrível, pois aprendi ainda mais a trabalhar em equipe, a observar mais e a ter autoconfiança. Saio daqui determinada a cumprir meus objetivos, levando em conta minhas fortalezas”.

Os depoimentos revelam os avanços que o Programa vem alcançando nas cidades onde é realizado e também refletem a solidificação da parceria com o Instituto Lojas Renner - parceiro financiador que desde 2018 convidou o Instituto Aliança (IA) para criar a metodologia do Programa. “Nossa principal contribuição está, de fato, no que temos de maior expertise, que é criar, testar, monitorar, avaliar e sistematizar práticas educacionais de sucesso com o intuito de transformar vidas a partir da autoconfiança, do autocuidado, do empoderamento e do desenvolvimento sustentável”, explicou Ilma Oliveira, diretora do Instituto Aliança e coordenadora da área de Direitos Humanos do IA.


 
Clarice Costa, diretora de Recursos Humanos da Lojas Renner, na fala de abertura, em Porto Alegre.


 

Ilma Oliveira, diretora técnica do Instituto Aliança, falando às certificandas e aos familiares.

 

 
Rosimerline Jeune falando aos presentes de sua experiência no curso.


 

Eduardo Ferlauto, diretor executivo do Instituto Lojas Renner, entregando o certificado à aluna Andréa Sabino.

 

 

Judimar Pereira, gerente de Operações e Cristiana Escobar, coordenadora de Relacionamento, ambos da Lojas Renner, entregando o certificado à aluna Lorem Garcia.


 

Eneias Palmeira entregando o certificado à aluna Marianny Gamardo.

Boa Vista - Já no Estado de Roraima, ainda como desdobramento da parceria entre os Institutos Lojas Renner e Aliança, o Programa abriu mais uma turma de formação para 25 mulheres – 20 venezuelanas e 5 brasileiras. Trata-se de uma turma piloto em Boa Vista, com tudo o que aquela cidade oferece de beleza e acolhimento, mas também de luta e desalento, especialmente pelos quase mil estrangeiros que diariamente cruzam a fronteira que faz divisa entre a Venezuela e o município de Pacaraima, localizado no norte de Roraima.

Com foco na garantia dos melhores resultados, o IA deslocou uma equipe para ficar em Boa Vista durante toda a formação do grupo atendido – que também se desdobra em 25 crianças refugiadas que terão acesso à metodologia do Projeto Brincantar, financiado pela KNH Brasil - Regional Sudeste e Centro-Oeste e Estado da Bahia. Marina de Luca, educadora de Habilidades Específicas em Moda (HEM), há duas semanas vivencia diariamente esta experiência pedagógica e humanitária: “Nunca tinha vivenciado uma turma que estivesse se empoderado tanto durante o curso! Elas escutam atentamente, refletem e devolvem falas que constroem coletivamente o senso de empoderamento! Sinto-me em uma montanha-russa de emoções conhecendo histórias de mulheres de muita força. É como se transportar para outro planeta: o planeta Roraima. E neste planeta, as mulheres é que estão liderando as transformações”.

“Eu vi um símbolo de resistência, eu vi”, disparou Viviane Aguiar, educadora, que também integra a equipe que se instalou em Roraima. “Ele tem mãos delicadas, mas carrega nelas a força mais revolucionária que já vi! Esse símbolo ‘mora’ em abrigos e tem uma capacidade de transformação que se materializa, todos os dias, na coletividade. Eu que imaginei muito saber da arte de ser professora, tenho aprendido, a cada vivência no grupo de mulheres do Empoderando Refugiadas. Existe uma força capaz de transformar o mundo à nossa volta, e seu poder de transformação se realiza quando exercitamos juntos toda nossa humanidade”, concluiu a educadora.

Refúgio - Segundo as Organizações das Nações Unidas (ONU), o número de migrantes e refugiados que deixaram a Venezuela desde 2016 já ultrapassou a barreira dos 4 milhões, devido à violência, insegurança, falta de comida, remédios e serviços essenciais. Já é considerado o maior êxodo na história recente da América Latina. O Brasil é o quinto país a recebê-los (168 mil). Estima-se que quase 32 mil venezuelanos morem em Boa Vista - (60 mil em toda Roraima) -, o que corresponde a quase 10% dos 375 mil habitantes da capital, a terceira menor do país. Aproximadamente dez mil moram nos abrigos apoiados pelo ACNUR e parceiros em Boa Vista e Pacaraima.

Saiba mais
- O Empoderando Refugiadas, idealizado pelo Instituto Lojas Renner, foi iniciado em São Paulo, no ano de 2016. Em 2018, o Instituto Aliança foi convidado tanto para dar suporte metodológico à proposta quanto para conduzir pedagogicamente o processo de ampliação das turmas – iniciadas no Rio de Janeiro, passando por Belo Horizonte, até chegar a Salvador e agora se expande para Boa Vista (RR).

 
Francis e Karen durante apresentação de atividade da aula de Habilidades Específicas em Moda, em Roraima.


 

Início da Semana de Acolhida com a turma de Roraima, na construção da dinâmica do barco.

 

 
Alunas durante Oficina sobre Habilidades Específicas em Moda.


 

Maryeli Virgínia, venezuelana, em um momento de participação nas atividades pedagógicas.

 

 

Viviane Aguiar, educadora de Resiliência Emocional e Projeto de Vida.

 

Yohandri, Jhoslin e Eudis, venezuelanas e alunas do Programa Empoderando Refugiadas de Roraima.


 
Diannibel, venezuelana, participando da dinâmica de interação.  

Grupo de alunas durante atividade de customização.

Turma durante reflexão final de tema, no encerramento da oficina.

Envias Palmeira, das Aldeias Infantis SOS. Arno Junior, das Lojas Renner. Marcio Lupi, do IA. Akueline Padilha, Mariah Oliveira e Ilma Oliveira, do IA. Aline Ferraz e Daniel Dorneles – educadores da turma de POA, e Amanda Ely – analista de responsabilidade social do Instituto Lojas Renner.

Foto final oficial após a certificação da turma.

 
 
 
 

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