IA participa da Plenária do FNPETI e facilita oficina sobre participação de crianças e adolescentes com integrantes da rede

 
 
 

Foto oficial dos representantes das Organizações do FNPETI que participaram da oficina. Ilma Oliveira em orientação de trabalho em subgrupos. Márcio Lupi em atividade de acolhida dos participantes, com música.

O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) realizou, nos dias 23 e 24 de outubro, uma oficina para debater a participação de adolescentes e a última plenária do ano, respectivamente. A oficina foi realizada na sede da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), em Brasília. Estiveram presentes representantes de organizações da sociedade civil que atuam com crianças, adolescentes e jovens que integram a Rede do FNPETI. Já a plenária, a última do ano, reuniu os representantes dos Fóruns Estaduais e de outras organizações integrantes do FNPETI e teve como um dos objetivos debater os resultados da campanha #votepelosdireitos e o aniversário de 25 anos do Fórum Nacional.

Coordenada pela equipe do Instituto Aliança, uma das organizações que integram o Fórum, a oficina foi facilitada por Ilma Oliveira e Márcio Lupi. Foi motivada pela importância de aprofundamento do tema da participação e do protagonismo de crianças e adolescentes em diversos âmbitos dos trabalhos desenvolvidos pelas organizações e em causas que lhes afetam diretamente. Neste sentido, a equipe do IA, por meio da metodologia participativa e vivencial, buscou construir, aprofundar e precisar este conceito com os participantes.

 
Isa Oliveira, secretária executiva do FNPETI, em abertura institucional da oficina.   Ilma Oliveira e Márcio Lupi em apresentação da proposta de trabalho.

O trabalho foi iniciado com uma reflexão em subgrupos sobre “o que é e o que não é” protagonismo de crianças e adolescentes. Partindo do pressuposto da participação como um direito, os participantes puderam avançar em pontos centrais do trabalho, apontando para práticas efetivas de construção da cidadania. Os facilitadores explicaram para o grupo que o direito à participação é explicitado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e ratificado pelas legislações nacionais e pelo Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (CONANDA).

Apesar disso, ainda é um desafio para as organizações buscar formas para garantir uma plena participação de crianças e adolescentes, criando os meios necessários para a fala assertiva, a escuta ativa, a tomada de decisão e a participação efetiva nos mais diversos âmbitos, desde o grupo de pares até em questões mais amplas. “A oficina propiciou a abertura sistemática de um debate sobre participação de adolescentes e deu subsídios para reflexões futuras com o objetivo de construir consenso no âmbito do FNPETI do que é participação e qual o papel do Fórum na promoção deste direito no âmbito do combate ao trabalho infantil”, destacou a secretária executiva do FNPETI, Isa Oliveira.

Os participantes puderam também debater sobre as formas consideradas de “falsa participação”, como a manipulação, a tutela, a limitação de acesso às informações e a participação decorativa. O grupo destacou a importância de falar sobre esse tema, pois em muitos contextos ainda se percebe, por exemplo, escolas liberarem aulas de estudantes para a participação em Conferências Municipais diversas sem uma preparação adequada para essa participação.

“A oficina sobre participação de crianças e adolescentes foi um momento interessante e uma experiência significativa. Apesar de conhecer algumas pessoas do grupo do FNPETI, pudemos interagir melhor e perceber de um outro ponto de vista. A dinâmica para trabalharmos o protagonismo do adolescente deu a oportunidade de nos enxergarmos como educadores”, apontou Camila Guedes, assessora de Políticas Sociais da CONTAG.

 
Participantes da oficina em trabalho de grupo para a construção do conceito sobre protagonismo.   Apresentação de produção de trabalhos em subgrupos.
 
Participante em trabalho em subgrupo.   Participantes apresentando a produção do grupo sobre o "perfil do educador para a promoção do protagonismo".

A partir destas percepções, os integrantes foram convidados a pensar e construir o perfil dos educadores das organizações para o trabalho com crianças, adolescentes, meninas e egressos do sistema socioeducativo, com foco no protagonismo e na participação. A oficina foi finalizada com um debate sobre os “meios” para possibilitar a participação, com discussão sobre a Pedagogia Ativa, que tem na sua base o reconhecimento de cada criança e adolescente como sujeito, valorizando o saber de cada um(a) com atividades lúdicas, vivenciais e que levam a uma reflexão e construção coletiva dos conhecimentos e saberes. O próximo passo será a realização de um encontro com a participação de adolescentes com diversas redes para debater protagonismo, entre outros temas. 

Plenária – Na última plenária do FNPETI do ano de 2018, os participantes tiveram a oportunidade de debater os resultados da campanha #votepelosdireitos, que mobilizou mais de 30 entidades e pessoas físicas pelo voto comprometido com os direitos humanos. Também esteve na pauta o aniversário de 25 anos do Fórum Nacional, que será celebrado em 2019, a apresentação de campanhas realizadas nos Estados e a realização de uma mesa de diálogo sobre trabalho infantil no tráfico de drogas.

A diretora do Observatório das Favelas, Raquel Willadino, apresentou dados de pesquisa sobre trabalho infantil e de jovens no tráfico de drogas, que foram comentados por Jeconias Vieira, que na adolescência foi interno do sistema socioeducativo do DF e hoje é embaixador da Juventude da Organização das Nações Unidas (ONU). “Foram dias intensos e ricos em reflexões e troca de experiências. Os encontros do FNPETI fortalecem nossas ações, pois temos uma dimensão de ações desenvolvidas em todo o território nacional, na prevenção e no enfrentamento dessa grave violação de direitos. Igualmente importante é o aprofundamento sobre o tema da participação de crianças e de adolescentes no âmbito deste tema e a priorização das ações do FNPETI para 2019, considerando o foco das suas ações na participação e protagonismo, e, no âmbito das consideradas piores formas, as ações voltadas para o trabalho de crianças e adolescentes no tráfico de drogas e na exploração sexual”, ressaltou a diretora do IA, Ilma Oliveira. As próximas reuniões da plenária e da coordenação colegiada devem ocorrer nos dias 2 e 3 de abril de 2019.

 
Painel com palavras sobre "O que é protagonismo?".   Painel com palavras sobre "O que não é protagonismo?".

Representantes das organizações integrantes do FNPETI em foto oficial, com adesão à Campanha Nacional: #votepelosdireitos.

 
 
 
 

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