Em agosto e setembro, em Salvador, as equipes do Instituto Aliança e da consultoria externa 3GEN reuniram-se para construir, coletivamente, o planejamento estratégico da área de Incidência nas Políticas de Ensino Médio, que deve ser executado entre 2017 e 2018.

Para orientar a reflexão, a equipe da 3GEN realizou entrevistas com diretoras e coordenadores da área. A primeira rodada aconteceu nos dias 29 e 30 de agosto, quando as entrevistas e questionários aplicados à equipe do Instituto Aliança foram analisados a partir de grandes blocos: visão de futuro, sustentabilidade, desafios e diferenciais, além de uma análise de fatores externos, envolvendo fatores políticos, econômicos, sociais, tecnológicos e legais.

No tema visão de futuro, as entrevistas apontaram maior interesse na expansão do território atendido, das metodologias do Instituto em regiões mais necessitadas, não perdendo de vista a análise de aderência do programa/projeto na região. A metodologia e sua sistematização, monitoramento/avaliações externas, capacitação dos professores e alunos e a própria atuação “mão na massa” foram considerados como diferenciais do Instituto.

No que diz respeito à sustentabilidade, a definição de um plano de transferência, com os papéis dos agentes definidos, indicadores para serem monitorados em cada etapa, assim como o ciclo de vida dos projetos e a própria gestão de mudança, se mostraram como fatores relevantes para garantir a sustentabilidade dos programas/projetos durante a implementação e saída do Instituto Aliança, após as intervenções. E, para fortalecer a ação do Instituto, a crença, o desenvolvimento de pessoas e suas competências, a educação e a ética foram considerados os principais valores reconhecidos pelos entrevistados na atuação do IA.

Quanto aos fatores externos, a equipe identificou as oportunidades, ameaças e estratégias a serem implementadas a partir da análise do cenário mais amplo, considerando fatores como a instabilidade e incertezas da economia, a descontinuidade da gestão pública, as políticas públicas e investimentos em educação e a reforma do ensino médio.

Numa segunda rodada, em 14 de setembro, a partir da análise do ambiente interno e externo, a equipe aprofundou a discussão quanto ao posicionamento estratégico e modelo operacional futuro, afim de garantir a execução da nova estratégia. As condicionantes das intervenções em cada etapa (fase piloto, implementação, monitoramento, transferência e apoio) foram construídas como estratégia de mitigação de riscos. Na próxima e última rodada, em outubro, serão construídas as diretrizes estratégicas que nortearão as ações de incidência do Instituto Aliança nos próximos dois anos com o objetivo de alcançar a missão e visão futura.

Para Ilma Oliveiria, diretora do IA e coordenadora pedagógica nacional dos Programas de Incidência, “o planejamento estratégico foi um momento de reflexão, de voltarmos à nossa essência e forças e, certamente, criará bases mais firmes para seguirmos adiante. Estávamos precisando de um momento como esse!”

Já Marcia Campos, também diretora do IA, obteve confirmações ao longo do processo. “Mesmo não estando diretamente envolvida com a implementação dos projetos da área de Incidência, achei que a 3GEN nos levou a boas reflexões. Outro ponto muito positivo foi o fato de eles estarem interessados no tema das competências socioemocionais e poder sinalizar algumas possibilidades de ampliação e de novas parcerias para o IA nesta área. Particularmente, algumas lições aprendidas no passado com o PEAS (Programa de Educação Afetivo-Sexual, implementado na rede pública de ensino de Minas Gerais) foram confirmadas, o que me trouxe também muita satisfação”, explicou.

Para Adenil Vieira, coordenadora nacional da Área de Incidência, "o planejamento chegou em um momento crucial da trajetória e jornada do Instituto Aliança em direção à sua missão. Chegou o momento de uma parada estratégica para definirmos, coletivamente, para onde queremos caminhar, com que foco, públicos e perfil de parcerias. O estabelecimento de condicionantes que vão determinar em cada etapa o escopo e a natureza das intervenções se constituiu em importante exercício e ferramenta balizadora da nossa atuação”.