Arno Duarte, coordenador de responsabilidade social do Instituto Lojas Renner na certificação.

Padre Omar Raposo, parceiro local, em pronunciamento na certificação.

“O importante para nós, neste momento, é sabermos que um projeto que iniciou em São Paulo, em 2016, ganha outros públicos hoje, aqui no Rio de Janeiro e, muito em breve, em Belo Horizonte. Poder atender outros Estados é bem interessante, pois amplia uma ação que nós acreditamos e já podemos comprovar que dá resultados muito importantes”, declarou o coordenador de Responsabilidade Social do Instituto Lojas Renner, Arno Duarte.

Além de Arno, também estiveram presentes na cerimônia Raphaela Paixão, coordenadora de RH das Lojas Renner; Fernando Roberto Silva, pró-reitor da Universidade Estadual do Ceará; Ilma Oliveira, diretora técnica do IA; Márcio Lupi, coordenador pedagógico do Projeto Empoderando Refugiados; José Carlos Moraes, coordenador das Aldeias SOS no Rio de Janeiro; e Pe. Omar Raposo, parceiro local e pároco da Paróquia São José da Lagoa.

Prof. Fernando Roberto Ferreira Silva, pró-reitor de extensão da UECE, dirigindo-se ao grupo de certificandos/as.

Participantes na cerimônia de certificação.

Para a diretora técnica do IA, Ilma Oliveira, que acompanhou os trabalhos do grupo desde as interlocuções iniciais até a certificação, os resultados da primeira turma são exitosos. “O Empoderando Refugiadas foi um novo aprendizado para nossa caminhada institucional. Uma nova oportunidade de contribuir com uma causa humanitária tão necessária, tão contemporânea, que é a causa dos deslocamentos humanos. Um destaque foi também a nossa metodologia, que, mais uma vez, impactou a vida dos integrantes de um jeito lindo, significativo e emocionante. Podemos perceber toda esta realidade por meio dos diversos depoimentos. Além disso, ter dado visibilidade a esta pauta, com outros parceiros, foi uma experiência coletiva de aprendizagem. Os expatriados nos ensinam muito sobre resistência, força, luta e, mais ainda, sobre amorosidade e alegria, mesmo em situação de extrema vulnerabilidade”, destacou Ilma.

Formação - O grupo certificado teve 120 horas de qualificação, divididas em duas áreas: Resiliência Emocional e Projeto de Vida (REPVIDA) e Habilidades Específicas em Moda (HEM). Além do itinerário formativo citado, com temas como “Fortalecimento da autoestima”, “Autocuidado e higiene pessoal”, “Relações de gênero”, “História da moda”. “Senso estético”, “Fidelização do cliente”, entre outros, o grupo participou de visitas culturais e técnicas para ampliação da sensibilidade e da noção dos processos de produção no mundo da moda, em especial com a visita à loja Renner do Barra Shopping, uma das maiores do Brasil.

Educadoras Valéria Brahim e Ana Demaison com participante certificada.

Valéria Brahim em preparação da certificação, com participantes.

Para Afra Nogueira, uma das participantes certificadas, a experiência nas oficinas teve como ponto alto a possibilidade do autoconhecimento. “Nós aprendemos muito. Não só sobre moda, mas, sobretudo, a nos conhecermos. Entendi mais ainda sobre resiliência. Nós, imigrantes e refugiados, somos muito resilientes, pois temos que retirar todos os dias o melhor do pior e temos que seguir adiante e lutar pelas coisas que temos que conseguir. A experiência aqui me trouxe a certeza de que é o início de muitas coisas e que estão por vir. Talvez nem todos vamos conseguir um emprego, mas levamos algo que é muito mais importante: o conhecimento no coração”, declarou.

O autoconhecimento e a aprendizagem mútua também foram destacados pela educadora de REPVIDA, Valéria Brahim, que integrou a equipe de formação da turma piloto carioca: “A primeira coisa que me vem à cabeça quando penso neste projeto é o quanto eu pude aprender com essas pessoas. Quando a gente é educador, a gente tem a pretensão de passar nossos conhecimentos com gana, o que não é algo equivocado, mas quando a gente toca as pessoas, conhece as pessoas e é tocado por elas, quase sempre a gente cresce muito mais. Eu nunca tinha trabalhado com um grupo com esse perfil, de refugiados, mas eu sinto que foi um grupo que se fez no afeto. Isso me deixou muito feliz. Muitos deles chegaram aqui com o foco exclusivo no emprego, mas foram se construindo como pessoas, refletindo as suas existências durante as oficinas. Foi uma experiência muito rica. Espero ter colaborado com eles, com a diversidade que eles trouxeram, tanto cultural quanto de ideologias, de identidade de gênero. Vou sentir muita saudade”, disse, emocionada.

Detalhe de atividade de capacitação: o Rito de Despedida.

Participantes em atividades de formação.

Também educadora da equipe, Ana Demaison, que conduziu a área de Habilidades Específicas em Moda (HEM), revelou sua emoção e satisfação em fazer parte do Projeto: “Não podia imaginar que a moda me traria tantos sorrisos e surpresas. Foram quase dois meses em parceria com o Instituto Aliança e com as Lojas Renner, em que pude compartilhar toda minha experiência no ramo da moda com imigrantes que enxergam no meu país uma possibilidade de futuro e esperança que, sinceramente, às vezes, nem eu mesma tenho. Cada dia eles aprendiam comigo e eu aprendia com eles, cada abraço, cada agradecimento, cada pergunta me trouxeram a certeza de estar no lugar certo e de que cada vez mais temos que nos doar ao outro em prol de um mundo mais harmônico”.

Toda esta troca de aprendizagens foi abrigada nas dependências da Paróquia São José da Lagoa, no bairro da Lagoa.  Pe. Omar, um entusiasta das causas humanitárias, também deixou sua mensagem a todos os presentes. “Os deslocamentos humanos começaram a se tornar uma pauta contemporânea na Europa e, desde esta época, o papa Francisco orientou que os países e a própria Igreja escancarassem as portas para os refugiados. Eu fico muito feliz que outros parceiros estejam abraçando esta causa junto das ações que a Igreja já está desenvolvendo, principalmente via Cáritas – um braço forte da Igreja no acolhimento deste público”, concluiu o padre.

Visita guiada à Loja Renner, uma atividade da formação.

Visita guiada à Loja Renner.

Saiba mais - O Projeto Empoderamento de Refugiadas tem como objetivo a qualificação profissional na área de Varejo de moda e a inserção sociocultural e produtiva prioritariamente de mulheres. Baseia-se nos princípios da garantia do acolhimento; cuidado e proteção aos refugiados e refugiadas; reconhecimento dos Direitos Humanos como Direitos Universais a todas as pessoas; crença no potencial de todas as pessoas; importância de gerar oportunidades para o seu desenvolvimento integral e, por fim, no princípio da preparação para que possam fazer escolhas assertivas. No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, além do realizador Instituto Lojas Renner, do Instituto Aliança como parceiro técnico e da Paróquia São José da Lagoa, o Projeto conta com a parceria da Universidade Estadual do Ceará (UECE), responsável pela certificação dos participantes como extensão universitária,  da Foxtime, responsável pela inserção,  da Cáritas e Aldeias SOS, que apoiaram a identificação dos participantes. 

Foto coletiva durante Visita Guiada a loja Renner do Shopping Barra da Tijuca.