Projeto #RefazendoSonhos celebra impacto das ações realizadas em 2023

 
 
 
Jovens mobilizadores com Ilma Oliveira, diretora do Instituto Aliança. Atores/atrizes jovens egressos do Refazendo Sonhos em Movimento, apresentando o espetáculo “Vamos dar a meia volta” no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360. O roteiro brincante mobiliza o público infantil e adulto e convida a participarem do quiz do cuidado e proteção. Atores/atrizes em cena. Equipe produziu a campanha contra o abuso sexual com meninas. Jovens reunidos na certificação em Simões Filho.


O projeto #RefazendoSonhos concluiu as ações de 2023 com êxito e muitos motivos para celebrar. Desde o mês de outubro, atividades como o lançamento da peça “Vamos dar a meia volta” em Salvador, as duas etapas do Juventude na Área (JNA), o Encontro Anual de Famílias, o relançamento do espetáculo infantil Casinha dos Sonhos e a certificação da turma 2023.2 ofereceram resultados que animam e apontam caminhos assertivos para adolescentes e familiares do município de Simões Filho (BA).

O espetáculo “Vamos dar a meia volta” estreou em Salvador com apresentação única, no dia 7 de outubro, no espaço Boca de Brasa Subúrbio 360. O título da peça é uma menção à canção infantil “Ciranda-Cirandinha” e, ao mesmo tempo, um convite ao retorno necessário para a discussão de um tema tão importante e, ao mesmo tempo, tão invisibilizado. É também uma chamada ao público para que entre na ciranda da proteção e do enfrentamento da violência sexual que afeta crianças e adolescentes.

Atores/atrizes jovens egressos do Refazendo Sonhos em Movimento, apresentando o lançamento do espetáculo “Vamos dar a meia volta” no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360.

Sobre a importância da peça e da força da arte para transformação, a diretora técnica e coordenadora geral da área de Direitos Humanos do IA, Ilma Oliveira, disse que a arte tem o poder de chegar no coração e na alma das pessoas. “O tema da violência sexual é difícil, complexo, invisível e doloroso. O coletivo cênico consegue trazer esse assunto de uma forma sensível, gerando a empatia necessária para a aceleração de processos de mudança em relação a essa gravíssima violação de direitos, além de chegar em um grande número de pessoas- adolescentes e adultas”, comentou Ilma.

Escuta – Alan Lorenzo, 18 anos, integrante do coletivo cênico desde 2022, compartilhou seu depoimento sobre a importância do espetáculo e da temática de enfrentamento abordada. “O tema do abuso sexual é pouquíssimo falado entre os jovens e acontece muito. Até as mães, parentes ou pessoas conhecidas têm medo de denunciar, acredito que seja porque existe algum sentimento envolvido por quem causou o abuso. Nem todo mundo consegue falar sobre isso. Quando vamos à escola tratar desse tema, as pessoas passam a ter coragem. O fato de sermos jovens apresentando também ajuda outros adolescentes e jovens a falarem. Sinto que percebem a nossa atuação como uma iniciativa que inspira e fortalece para que outras pessoas também possam tomar atitudes de denunciar a violência sexual”, ressaltou o jovem ator.

Até o momento, o coletivo cênico Sonhos em Movimento criou seis espetáculos presenciais e uma apresentação remota, ambos os formatos abordando a temática da violência sexual e outras violências. São elas: “Até quando” (presencial - 2018/2019); “A casinha dos sonhos” - teatro de fantoche (presencial - 2019); “Paraíso” (presencial - 2019); “Precisamos falar sobre isso” (remoto - 2020); “Vamos dar a meia volta” (presencial - 2023) e “É preciso” (presencial - 2023).

 

Emily da Silva, Yorrana Souza das Virgens, Ana Beatriz Jesus da Silva, Octavio Gabriel Loiola e Jamile Monteiro apresentaram a campanha sobre o tema "Tráfico de seres humanos".

 

Lavínia Santos da Silva, Emile Guerreiro, Cláudio Lúcius Alves, Marcelo Jorge Nascimento, Larissa Vitoria da Silva, Ana Lara Moura e Jennifer Kauane dos Santos realizaram o projeto de enfrentamento do abuso sexual.


 

Andrelena Maria Mendes de Jesus, coordenadora de Programas e Projetos, admirada com os projetos dos adolescentes.

 

Aparecida de Cássia, conselheira tutelar, conta como a campanha chamou sua atenção e pediu autorização para disponibilizar o material nas ações do Conselho Tutelar.


Juventude na Área (JNA) – As ações anuais avançaram para o evento Juventude na Área (JNA), que fez duas etapas de atividades: a primeira, no dia 27 de outubro; a segunda, no dia 10 de novembro, ambas conduzidas pelos jovens egressos, com o apoio da equipe local do projeto e de outras lideranças juvenis do município de Simões Filho. O objetivo principal do JNA é garantir um espaço onde a juventude seja ouvida de forma livre e propositiva.

Antônio Santos, jovem egresso do projeto que participou da iniciativa e tepresentou o Instituto Aliança na Conferência Estadual, partilhou: “Participar do JNA enquanto um jovem pobre e preto da periferia foi muito importante, porque eu tive a possibilidade de pensar e discutir sobre políticas públicas voltadas para a juventude que muitas vezes é marginalizada e sequer ouvida. É um desafio atrair mais jovens para participação ativa e entendimento de que temos direitos e podemos ser agentes de mudança e transformação, porém os que estavam presentes no JNA se superaram. Estamos ansiosos para ver nossa proposta sendo colocada em prática”, contou Antônio.

Ester Santiago, coordenadora do CREAS, ficou encantada com o material e fez questão de parabenizar os adolescentes de pé.

As etapas dialogaram diretamente com as propostas de três eixos do Estatuto da Juventude: direito à cultura, direito à liberdade de expressão e comunicação e direito à segurança pública e com as etapas de preparação para a Conferência Nacional de Juventude, que este ano traz o tema Reconstruir no presente, construir o futuro: desenvolvimento, direitos, participação e bem viver.

A partir das plenárias do encontro, propostas foram enviadas à Conferência Nacional, que aconteceu de 14 a 17 de dezembro, em Brasília. Com a ação, os jovens mostraram que existe espaço para pensar as propostas e políticas voltadas para os adolescentes de forma séria, comprometida e em consonância com a agenda juvenil do município de Simões Filho.

 

Adolescentes artistas estreando o espetáculo "É preciso". Em destaque Alan Lourenzo Campos Filho e Letícia dos Reis Silva.

 

Na peça, cena que mostra que a mulher também é capaz de cometer o abuso. Em destaque, Andresa Santos Coelho e Marlon Santana dos Santos.


 

Uemersom Pereira Brito dos Santos e Jilvania dos Santos protagonizaram uma cena de violência doméstica e abuso sexual de um bebê.

 

O espetáculo A casinha dos sonhos teve sua estreia triunfante neste dia.


Encontro Multitemático – Na sequência das atividades do fim de 2023, aconteceram quatro programações potentes no dia 17 de novembro: os resultados da Campanha de Comunicação dos adolescentes, no âmbito dos projetos de intervenção (Seminário lI), o Encontro Anual de Famílias, que dialogou sobre a Comunicação não Violenta, a estreia do espetáculo “É preciso” e o relançamento do espetáculo “A casinha dos Sonhos”, com abordagem do tema da violência sexual adaptado para o público infantil.

As apresentações trouxeram cenas relacionadas ao abuso sexual, além de dados referentes a essa violência. Foi um momento marcado por muita aprendizagem, trocas de experiências vivas, diversas e intergeracionais.

A roda de discussão do encontro foi bastante rica de participações. Integrantes da comunidade em geral, familiares e adolescentes da turma dialogaram amplamente sobre comunicação não violenta e estratégia de enfrentamento da violência no município.

“Acompanho o projeto #RS desde 2018 e para mim foi uma honra me envolver com ele, ajudar e estar próxima. Tive a oportunidade de participar da apresentação das atividades e percebi que os adolescentes estavam muito engajados, hoje sabem onde recorrer quando acontece alguma situação de violência e têm condições de ajudar outros jovens. Os adolescentes estavam seguros e prontos para lidar com tais situações. O tema foi bastante discutido, e eles esclareceram muitas coisas com a apresentação”, enfatizou a coordenadora de Programas e Projetos SEMED - Secretária de Educação de Simões Filho, Andrelena Maria Mendes de Jesus.

Para a jovem Yngrid da Silva Souza, “realizar um projeto com esse tema foi um dos momentos mais marcantes da minha formação, pois aprendi a ajudar outras pessoas a se protegerem de uma violência tão cruel. Sem falar que experimentei falar em público e assumir a liderança, ações que jamais desenvolveria se não tivesse passado por aqui”. Na mesma direção, a colega Eliana Nascimento disse: “Foi um encontro impactado pela apresentação do grupo de teatro e gratificante por ver o desempenho de todos durante as apresentações”.

 

Jandiara de Jesus de Queiroz fala na roda de conversa do encontro intergeracional, compartilhando com os presentes suas aprendizagens durante a campanha de comunicação.

 

Eliana Maria Santos, responsável pela adolescente Bruna Rafaely Santos da Silva, compartilhando sua emoção em prestigiar a sua filha.


As famílias se fizeram presentes e trouxeram seus filhos, entendendo que esse espaço é um local de proteção. As atividades foram pensadas em formato de “sala de espera” a fim de entretê-los.

Certificação – A certificação da turma 2023.2, ocorrida no dia 30 de novembro, encerrou com festa a formação dos adolescentes da turma do segundo semestre do projeto. Das 108 pessoas matriculadas, 100 concluíram o processo formativo. Estiveram presentes – além dos adolescentes e seus familiares – coordenações e equipes técnicas e de formação do projeto e representantes das parcerias locais e dos serviços da rede de proteção.

Foram 300 horas de formação, passando por temas diversos como “Racismo e cultura antirracista”; “A história do meu nome”; “Análise crítica dos meios de comunicação”. “Violência sexual”; “A escola que tenho e a escola que queria ter”; “Sistema de Garantia de Direitos”, entre outros.

“O evento foi lindo, os adolescentes estavam muito felizes. Percebemos a atenção, cuidado e respeito dos educadores com cada um deles, tornando-se uma grande família. Percebi a satisfação de cada menino e menina, com depoimentos emocionantes e relatos de como chegaram e como estão saindo, para uma nova vida, nova perspectiva. As famílias também estavam participando, atuantes no projeto. Ficamos felizes em fazer parte dessa articulação e ter nossos alunos dentro do #RefazendoSonhos”, disse Maria Nascimento de Souza, da Busca Ativa na Escola.

Para o coordenador pedagógico e de implementação de projetos da área de DH, Márcio Lupi, é importante celebrar as conquistas. “A gente está vivendo um momento de muitos desafios e tristezas globais, com guerras absurdas e questões climáticas seríssimas, só para citar duas questões delicadas. Então, precisamos não naturalizar resultados como os que alcançamos em 2023. A gente precisa comemorar, se abraçar, se emocionar, agradecer e se orgulhar muito. Parabéns equipe do projeto, parabéns familiares e, sobretudo, parabéns adolescentes, fortes, inteligentes e brilhantes”, celebrou Lupi.

“A certificação foi um momento único pra mim. Me senti muito valorizado, amado e importante. Pela primeira vez eu pude ter orgulho de mim, pelo meu esforço e dedicação. Eu nunca vou esquecer vocês, saibam que cada um sempre vai ter um lugar especial no meu coração”, disse Daniel Silva Cerqueira Santos, 15 anos. O jovem ainda presenteou a todos com um poema de sua autoria: “Aqui no Refazendo Sonhos, encontrei um lar. Um espaço de autocuidado, onde pude me amar. Aprendi a evoluir mentalmente, a amadurecer. E com os erros, grandes lições pude colher. Aprendi a valorizar cada pequeno momento. A enxergar beleza no simples e no sentimento. Descobri que a felicidade está em meu ser. E que refazer sonhos é um dom a receber. Com gratidão e alegria, eu me despeço, Espero ter trazido um sorriso ao teu apreço. Que a equipe siga unida, forte e confiante, Conquistando vitórias e momentos marcantes”.

Saiba mais – O Projeto #RefazendoSonhos conta com o financiamento da KNH Brasil - Regional Sudeste e Centro-Oeste e estado da Bahia e com o apoio estratégico da loja Euzaria e da prefeitura de Simões Filho. Entre as ações desenvolvidas, destaca-se a formação de adolescentes, o coletivo cênico de teatro, o núcleo de comunicação e a participação e incidência política nos espaços políticos do município de Simões Filho (BA).


Márcio Lupi, coordenador do projeto #RefazendoSonhos, fala em nome da equipe do Projeto sobre a importância do trabalho coletivo e convida a equipe a dividir esse momento no palco com ele.

Equipe do Instituto Aliança e adolescentes no evento de certificação em Simões Filho.

 
 
 
 

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