Instituto Aliança realiza Encontro de Educação e Empregabilidade para planejar estratégias e discutir cenário contemporâneo

 
 
 

Diretoras do IA, coordenadoras e coordenadores e as consultoras Aline Vênere e Letícia Medeiros, da 3GEN. Roberta Albuquerque, Adenil Vieira, Eveline Corrêa e Ilma Oliveira ao lado da nova marca da área de Educação e Empregabilidade. Eveline Corrêa traz seu ponto de vista para o debate. A coordenadora pedagógica da Bahia, Ingrid Pedret debate com os colegas.


Refletir coletivamente sobre a educação profissional, os projetos oferecidos pelo Instituto Aliança e as adaptações necessárias à mudança de paradigma no mundo do trabalho contemporâneo e pós pandêmico. Este foi o principal objetivo do Encontro de Educação e Empregabilidade, realizado em Salvador, Bahia, no Hotel Villa Gallet, entre 21 e 25 de agosto de 2023. O evento contou com a participação de especialistas em trabalho e participação de empregadores, dinâmicas em grupo, apresentações e, principalmente, muito diálogo e participação.

Estiveram presentes as diretoras do IA Adenil Vieira, Ilma Oliveira e Márcia Campos; as coordenadoras nacionais de inserção, Solange Leite, e pedagógica, Roberta Albuquerque e coordenadores dos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com a equipe, constatar que o mundo e o Brasil mudaram muito nas duas últimas décadas e que o Instituto Aliança (IA) precisa entender e acompanhar essa mudança foi o que motivou a realização do evento. "Este é um momento histórico, um momento de mudança de paradigma que era inevitável. Este é o encontro que precisava acontecer, cujo momento chegou", enfatizou Adenil Vieira durante a abertura. Ilma Oliveira destacou que o evento era uma oportunidade de trabalhar a inteligência coletiva e ter insights valiosos para os novos tempos.



 

Boas-vindas às equipes dos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia e São Paulo.

 

Adenil Vieira mostra livro escrito com o pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa, sobre a força transformadora da juventude.

 

Perguntas, boas ideias e insights fazem parte da construção de novos caminhos.

 

Mapeamento de pontos críticos é uma etapa do planejamento estratégico.

 

A diretora Marcia Campos, ao centro, durante o Encontro de Empregabilidade.

 

Diretoras do IA, Adenil Vieira (à esq.) e Ilma Oliveira (à dir). Ao centro, a coordenadora nacional de inserção, Solange Leite.


Como desafios institucionais e pedagógicos da área do IA voltada aos programas de formação de jovens e adultos para o mercado de trabalho, desde 2005, os participantes refletiram sobre acesso e equidade, necessidade de atualização dos itinerários formativos para atender às novas demandas do mercado, captação recursos e sustentabilidade, construção de parcerias que assegurem apoios de longo prazo e estratégias de mobilização do público.

A programação de cinco dias envolveu reflexões que aconteceram em atividades de diferentes formatos. Design thinking, dinâmicas de grupo, apresentações, videoconferências com palestrantes especialistas em trabalho e participação de empregadores. Todo o conteúdo resultante do encontro foi sistematizado pela equipe da consultoria 3GEN, coordenada por Aline Vênere e Letícia Medeiros, para mapear aprimoramentos necessários da área de empregabilidade do IA para 2024.

A diretora Adenil Vieira apresentou o percurso da área, resgatando a linha do tempo desde o primeiro programa de empregabilidade, o Com.Domínio Digital (CDD), de 2004, que foi estruturado com oficinas de desenvolvimento pessoal e social e projeto de vida, pilares das diferentes formações até hoje.

Escuta dos jovens – As reflexões feitas pela equipe tomaram como base um levantamento que escutou as percepções de mais de 450 jovens participantes de diversos programas do Instituto Aliança. Os resultados confirmaram a importância dos projetos de qualificação profissional promovidos pelo IA e destacaram a variedade de perfis e necessidades de emprego.

Giovanna Neves Praxedes dos Santos, 23 anos, estudante de Nutrição e também fazendo uma iniciação científica voluntária, está entre os 450 jovens que responderam à pesquisa. “Fui aluna do Habilidades para o Futuro no primeiro semestre de 2023 e posso dizer que o projeto foi um divisor de águas na nossa vida como jovens, porque, apesar de querermos entrar no mercado de trabalho, muitas vezes não sabemos onde começar. O que é necessário para esse começo e quais ferramentas vamos usar, o que pode ser crucial num emprego ou numa entrevista de emprego, o que pode nos ajudar e nos atrapalhar. Muitas vezes, não sabemos nem qual o tipo de emprego seria favorável para nós, e o Instituto Aliança é essa ponte necessária entre nós e a empresa. Então, realmente, é muito importante e transformador na vida de qualquer jovem”, destacou Giovanna.

Conferencista convidado, Vahid Vehdat, diretor-executivo do Instituto Veredas, participou remotamente do encontro apresentando uma análise do contexto atual do mundo do trabalho. Ele ressaltou que o cenário da educação desnuda as desigualdades sociais no país e impacta diretamente nas perspectivas de futuro dos jovens da geração lockdown. Segundo Vehdat, é importante considerar as diferentes trajetórias ocupacionais, romper a linearidade, respeitar as escolhas e oportunidades de crescimento dos jovens. (Veja mais dados aqui)


Vahid Vehdat, em videoconferência, fala sobre desafios para inclusão socioprofissional de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Desafios e possibilidades – O painel “Juventude e Trabalho: quais os desafios e possibilidades para a permanência e ascensão de jovens nas áreas do varejo, tecnologia e logística”, mediado por Solange Leite, contou com a participação de representantes dos setores de Tecnologia e Logística, principais empregadores de jovens. Yves Nogueira, presidente da associação Softex em Pernambuco e parceira no projeto CDD 4.0, destacou que a disseminação do trabalho remoto, acelerada pela pandemia, representa um grande desafio. "Os jovens preferem o trabalho remoto, enquanto as empresas optam pelo trabalho presencial. Ainda não temos respostas definitivas para essa questão", ponderou.

Fernanda Oliveira, supervisora da área de People Business Partner do Mercado Livre, financiador do projeto Redes para o Futuro, enfatizou que para reter talentos é essencial não apenas oferecer um plano de carreira, mas também incentivar a conexão dos funcionários com grupos que realizam ações de responsabilidade social, de modo que o emprego não seja apenas uma fonte de renda, e sim um propósito.

Participou, também como conferencista convidado, Daniel Barros, diretor de Educação Profissional na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que trouxe insights sobre os desafios, medos, sonhos e expectativas dos jovens no cenário pós-pandemia. “Os jovens não têm referências de como se comportar no mundo corporativo. Por isso precisamos dar muita importância às habilidades socioemocionais. Mas é igualmente importante que os estudantes dominem determinada ferramenta, um software, uma habilidade técnica que salte aos olhos do mercado”, ressaltou.

O impacto das novas tecnologias digitais foi um dos temas abordados no encontro. Tecnologia; Digitalização; Mudanças rápidas; Flexibilidade no trabalho; Educação contínua; Saúde mental; Inclusão; Inteligência artificial e Vulnerabilidade social são alguns dos elementos que influenciam o mundo profissional das juventudes contemporâneas e que foram debatidos pelos especialistas.

Vale recordar que quando o Instituto Aliança foi fundado, há 20 anos, a internet no Brasil estava apenas começando. Em 2002, aproximadamente 10,9% da população brasileira tinha acesso à internet, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representava cerca de 20 milhões de pessoas com acesso à rede. Atualmente, segundo a pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, são 149 milhões de usuários de internet no território nacional, sendo que 142 milhões se conectam todos, ou quase todos, os dias. (Saiba mais aqui)



Grupo de coordenadores com a diretora Ilma Oliveira e a consultora Aline Vênere.

A união faz a força e constrói a inteligência coletiva.

 

Na nova era da empregabilidade, competências socioemocionais, aliadas às competências técnicas e tecnológicas, serão ingredientes essenciais para encarar o futuro mundo do trabalho. É o que defende Adenil Vieira, diretora do Instituto Aliança, em entrevista concedida ao Boletim. Confira!

1 - Como podem ser desenvolvidas estratégias eficazes para enfrentar o desafio da empregabilidade juvenil no Brasil? Como criar um ecossistema da empregabilidade que proporcione mais oportunidades de inserção e leve em conta as particularidades socioeconômicas e educacionais das juventudes no nosso país?

Adenil - Não existe uma solução única. Investir em educação é uma das mais importantes estratégias que, como sociedade, devemos desenvolver. É preciso a colaboração entre governos, empresas, instituições de ensino, organizações do terceiro setor e a sociedade como um todo. Com um esforço conjunto e um foco contínuona formação e inserção qualificada de jovens, é possível melhorar significativamente as oportunidades de emprego e desenvolvimento profissional para a juventude brasileira. Do ponto de vista da nossa organização, vejo a necessidade de um maior protagonismo na defesa de políticas que fortaleçam a causa da empregabilidade juvenil e de um maior investimento em pesquisa, em estudos que gerem evidência dos melhores formatos e desenhos de formação e das soluções que mais se adaptem aos interesses e contextos desse jovem pós-pandêmico.

2 - Como a agenda estratégica das empresas se conecta com os jovens que acabam de se certificar?

Adenil - Ao reconhecer o valor que os jovens podem aportar, as empresas podem ser proativas nas estratégias de contratação e desenvolvimento de jovens talentos. Os jovens são criativos, ágeis, flexíveis, têm afinidade com as novas tecnologias, enfim, eles fortalecem as organizações e a cultura corporativa. Do ponto de vista do Instituto Aliança, buscamos investir em plataformas colaborativas de emprego para jovens que facilitem a inclusão dos mais vulneráveis e não perpetuem desigualdades existentes em nossa sociedade.

3 - Como a inserção qualificada no mercado de trabalho impacta a vida dos jovens?

Adenil - Em primeira mão, a inserção contribui para a redução da pobreza e da desigualdade, traz independência financeira e impacto na renda familiar. Ao ter uma renda própria, os jovens se tornam agentes mais ativos no apoio financeiro a suas famílias, contribuindo para o empoderamento econômico individual e familiar.



Micaías Paiva faz selfie do grupo no Hotel Vila Galé, que sediou o encontro, tendo ao fundo a praia de Ondina.

Foto do grupo no encerramento do encontro realizado em agosto, em Salvador.

 
 
 
 

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